Igreja PUCCAMP
Prof. Dênio Munia Benfatti
Arquiteto João Vicente Jannini
Arquiteto Antônio Carlos Sant'anna
Arquiteto Giancarlo Gasperini
Arquiteto Ricardo Marques de Azevedo
Engenheiro Ailton Nogueira
Prof. José Francisco B. Veiga Filho
Sala para culto (250 pessoas sentadas)
Capela do Santíssimo (30 pessoas sentadas)
Secretaria da Pastoral
Sala do Coordenador
Sala de reuniões (12 a 15 pessoas)
Sacristia
O Espírito do Projeto da Igreja
Na visita ao Campus da PUC, o clima do local, despojado e popular, o caráter das construções e, principalmente, a simplicidade do Hospital, nos levou a pensar nossa Igreja igualmente simples e despojada, e, por isso, convidativa e acolhedora. Pensamos então numa construção bem econômica, semelhante a galpões industriais ou agrícolas, como silos, armazéns. A construção poderá ser muito rápida, e o canteiro de obras limpo e eficiente, o que poderá minimizar transtornos para o funcionamento do Hospital e das Faculdades.
Implantação
Na mesma visita pudemos observar as características espaciais mais significativas do local previsto para a Igreja. Saindo da avenida J.B. Dunlop percorremos um espaço linear, definido pelo Ambulatório e pelo Bloco A, que dá direto na entrada do Hospital. Quando aí chegamos, ganhamos visuais mais abertas seja para a esquerda, com horizonte ao longe, como também para a direita. Estamos neste ponto na intersecção de dois espaços lineares bem definidos por massas de edificações relativamente baixas e homogêneas. Sobressai apenas a imponente Caixa d'Água, torre cilíndrica (24m de altura) que, como o Campanário de San Marco em Veneza, promove por rotação a articulação de dois espaços em ângulo.
Para a implantação de nossa Igreja procuramos absorver a articulação espacial já existente e considerar a Torre como parte integrante do nosso projeto. Organizamos então a sucessão dos volumes variados da Igreja ao redor da Torre, tornando-a o centro da composição, ponto de rotação.
Organização dos Espaços
A nossa Igreja relaciona-se de forma variada com os espaços públicos vizinhos. Junto à área mais movimentada de acesso ao Hospital, a Igreja tem seu volume principal, a Nave,fechada, garantia de silêncio e recolhimento que este espaço demanda. Adiante, abre-se entretanto em forma de marquise para o calçadão que percorre todo o Campus. Por aí, a entrada da Igreja se faz, ao lado da Nave, através dum espaço coberto por um plano horizontal a 3m de altura, onde pudemos organizar todo o programa que complementa a
Igreja: Batistério junto da entrada e Capela do Santíssimo Sacramento contígua à Nave. As dependências paroquiais ocupam,finalmente, ao lado, de forma compacta, um volume diferenciado a ser construído em alvenaria armada e laje pré-fabricada.
Construção
O espaço principal, a Nave, é basicamente um tetraedro irregular com base equilátera de 30m de lado e altura de 15m. Para a sua construção, além das peças "I" de aço, inclinadas a 60º e apoiadas diretamente em sapatas, e terças de chapa dobrada, vão ser usadas telhas duplas trapezoidais de alumínio com miolo de poliuretano expandido. O plano horizontal que cobre o corpo lateral utiliza os mesmos elementos.
Conforto Ambiental
As faces ascendentes da Nave compõem no alto um "shed" que vai garantir iluminação geral mas direcionada para o altar. Na base, os planos de cobertura não chegam ao chão e deixam um desvão que, além de garantir iluminação natural indireta complementar, permite a entrada controlada de ar através de basculantes horizontais. Com a saída do ar quente pelo "shed" no alto, o controle da abertura dos basculantes pode garantir um bom conforto térmico graças à convecção (este espaço é uma grande coifa).
Neste espaço tetraédrico, sem planos paralelos, dificilmente haverá reverberação. A superfície trapezoidal das telhas ajuda também a dissipar boa parte das ondas sonoras. A assimetria da planta contribui também para a qualidade acústica do espaço. Previmos ainda como reforço do som originário do altar uma placa refletora inclinada atrás do mesmo.