Residência em Iporanga - 2
Sala de estar
Sala de jantar
Lavabo
Terraço
5 Dormitórios
3 Banheiros
Cozinha
Lavanderia
Estrutura: Madeira - jatobá
Cobertura: Alumínio - chapas trapezoidais
Escada: Madeira e tirantes de aço
Divisórias e peitoris: Painel Mad-Wall
Caixilhos: Madeira
Acabamentos: Pintura acrílica nos painéis e fiberglass nos banheiros
Pisos: Assoalho de madeira e fiberglass nos banheiros
O terreno desta casa fica no pé de uma serra, coberta pela Mata Atlântica, junto ao mar. A partir da entrada, um cul-de-sac, sobe, muito íngreme, para o fundo.
Diante dos riscos, possíveis de prever para quaisquer intervenções no terreno, muito frágil na superfície, optamos por uma técnica construtiva que resulta em baixo impacto ambiental e requer pouca área para a instalação do canteiro de obra. Em geral os materiais são industrializados e leves. A estrutura, composta na maior parte por pequenas peças de madeira, foi toda produzida na fábrica e montada no local por 3 operários, em apenas 40 dias, sem auxílio de nenhum equipamento pesado.
Optamos também por uma modulação triangular para tornar a implantação mais natural.
Com três direções há mais opções, são mais fáceis os acertos com as árvores existentes e a topografia, do que com as duas direções da trama ortogonal. Além disso, com o desenho resultante em planta, praticamente todos os ambientes da casa oferecem vista para o mar, o que, numa solução ortogonal, ficaria restrito ao lado fronteiro.
Com uma geometria triangular, em princípio indeformável, a estrutura é naturalmente auto- travada, nos planos horizontais. Não foi necessário atirantamento abaixo dos pisos, como na residência Hélio Olga.
As grelhas triangulares de madeira dos dois andares da casa são apoiadas por 6 pilares que transmitem as cargas para a fundação (tubulões). De cada pilar nascem 6 mãos francesas configurando 6 hexágonos em planta.
A casa ficou então sobre pilotis, e tanto a vegetação rasteira existente como a água das chuvas mais fortes, freqüentes no local, passam livremente por baixo.
Para maior ventilação e iluminação abrimos, no centro da trama triangular, um pátio interno hexagonal, onde 2 grandes árvores existentes ficaram preservadas. Os 6 planos que compõem o pátio são atirantados e, portanto, indeformáveis. No conjunto, constituem um prisma hexagonal rígido, elemento estrutural vertical fundamental para o travamento da casa contra os esforços horizontais de deformação como o do vento.
Para minimizar o peso total da construção usamos painéis industrializados de madeira nas paredes externas, peitoris e divisórias; e chapas trapezoidais de alumínio no telhado.
Diante da sombra e umidade do local, os panos de fechamento externo, necessariamente bem abertos, para iluminação e ventilação, têm uma solução econômica que evita o uso de caixilhos convencionais, com ferragens caras e de difícil manutenção. Compõem-se, basicamente, de vidros fixos comuns de 5mm de espessura, no centro de cada pano. Nas laterais, vidros semelhantes, mas lapidados, correm, sem caixilho, sobre guias de madeira (como nas janelas de ônibus).
Os espaços previstos no programa foram organizados ao redor do pátio, em dois andares. No inferior, sala e cozinha, integradas, abrem, na frente, para o terraço, a parte mais elevada da casa em relação ao terreno, com vista para o mar. Acima, como a proa de um navio, o dormitório do casal se projeta, entre as árvores, em direção à paisagem.