Pavilhão do Brasil em Sevilha
Ministro das Relações Exteriores Paulo Fernando Telles Ribeiro
Secretário das Relações Exteriores Geraldo Veiga Rivello Júnior
Arq. Dirceu Domingues da Cruz
Arq. Vera Antonia Bosi de Almeida
Eng. Bruno Pagnoccheschi
Arq. Paulo Mendes da Rocha
Arq. José Carlos Ribeiro de Almeida
Arq. Walmyr Lima Amaral
Arq. Germano Galler
Arq. Maria Luiza Lopes Ribeiro da Silva
Espaço para Exposição
Auditório
Sala para Acessores
Sala de Reunião
Administração
Sala para Secretárias
Restaurante
Bar / Copa / Cozinha
Depósitos
Vestiários
Praça Rebaixada sombreada pelo pavilhão alçado: TRIPÉ estrutural nas bissetrizes de triângulos superpostos crescentes: no topo a Tenda e o Bar da Caipiriña, abaixo o salão de exposições, depois Auditório, um tempo no Restaurante, e então de novo no Camiño de los
Descubrimientos.
Nossos visitantes de onde quer que venham vão percorrer o Jardim Mineral Brasileiro: rochas, minerais em estado bruto e trabalhado: aço, alumínio, etc... Quem vier do Palenque ou de Portugal desce por rampa, do Camiño de los Descubrimientos pela escadaria (anfiteatro aberto), e todos se abrigam na praça (átrio, foyer) climatizada por espelhos d’água. A escada rolante os levará ao último andar: exposições. Logo que as tenham visto poderão subir à cobertura e matar a sede no Bar das Caipiriña. Ao inverso, o percurso do nosso Pavilhão se fará sempre descendo pela escadaria externa, enorme muxarabie protegido por chapa estampada e repuxada em veneziana.
Já visitantes especiais, convidados, autoridades, servir-se-ão dos elevadores inseridos no grande pilar central. Para tanto, o mesmo dispõe de passarela coberta por marquise que vai dar no acesso para veículos.
O Pavilhão do Brasil vai exibir na sua própria construção a excelência de nossa indústria de base: como estratégia para enfrentar o prazo exíguo de construção que teremos, e principalmente para que essa obra enseje trabalho e produza riqueza aqui, optamos pela construção em aço usando a tecnologia de nossa indústria naval ou da metalurgia pesada.
Fora as fundações e a laje que cobre a praça rebaixada, tudo poderá ser embarcado aqui e levado para lá pelo Gualdaquivir, e depois pelo canal que escoa a água do grande lago da Expo 92 (então em barcaças) até a frente do nosso terreno.
A planta dos andares se desenvolve a partir de triângulos semelhantes escalenos, mas de ângulos notáveis (300 , 450 ,1050 ), e estrutura-se nas bissetrizes em sistemas variados, adequados às solicitações impostas pela geometria adotada:
No eixo X, o pilar central, de grande diâmetro, suporta a viga principal da cobertura (a maior bissetriz). A extremidade de seu tramo maior apóia-se na viga caixão que contém a escada rolante, que trabalha como barra bi-articulada. Assim se reduz o momento fletor sobre o pilar e limitam-se as deformações. A componente horizontal resultante da ação da barra inclinada será facilmente absorvida pelo pilar central, cuja secção tem um enorme momento de inércia. O momento positivo do vão maior fica aliviado pela carga dos terraços atirantada no balanço oposto (des. 1).
No eixo Z temos um pórtico bi-articulado. A estabilidade no plano perpendicular a ele é assegurada pela sua vinculação com o pilar central e com as demais bissetrizes (des. 2).
No eixo Y temos situação semelhante ao eixo X, com o lado menor atirantado diretamente nas fundações (des. 3).
As três vigas bissetrizes sustentam a partir da cobertura treliças em triângulos eqüiláteros de 1,80 m, que correm nas fachadas, e penduram as treliças espaciais tetraédricas (de 90cm de aresta) que suportam os pisos, forros e instalações. As treliças de fachada constituem ainda os montantes das vedações (des. 4).
As fachadas que receberão o sol mais forte, de SE e SO, serão protegidas por brises de alumínio fundido que cortam os raios mais baixos, enquanto os mais altos não incidirão no pano de vidro inclinado. Assim, as lâminas do brise poderão cumprir o papel suplementar de vertedouro para resfriamento da água do ar-condicionado, ensejando atenuação da temperatura externa aos panos de vidro, e redução da carga térmica devida à condução, e ainda certa vaporização da mesma e umidificação do ar seco de Sevilha para quem está na Praça.